sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

Sai um, entra outro

Se alguém me perguntar como foi o meu ano de 2007, talvez eu não saiba responder. Todo mundo fica tão preocupado em desejar um bom 2008 que ninguém se lembra de perguntar como foi o 2007. O que é estranho, porque normalmente perguntamos – como foi a sua viagem? – mas não desejamos votos de que as próximas férias sejam realmente fantásticas.

Mas isso não tem importância nenhuma na verdade. O que importa é que todo mundo tenha saúde e dinheiro. O resto arranja-se.

Fazendo um esforço de análise, acho que 2007 foi um ano apenas razoável. Mezzo, mezzo. Meia atum, meia mussarela. (Vou me recusar a escrever muçarela, como manda o léxico. Muçarela é uma das grafias mais hediondas do idioma).

Aconteceram coisas legais, como eu ter comprado um cortador de cabelo, mas aconteceram coisas que não são muito dignas de comemoração, como eu ter perdido a chave reserva do meu carro.

Mas o fato de 2007 não ter sido lá grandes coisas abre margem para 2008 ser mais ajeitado. Ou ser mais patético do que 2007, mas não vou considerar a opção pessimista. Não é porque hoje é o primeiro dia do ano e chove a cântaros aqui em Fortaleza que meu humor ficará gris como o céu de hoje.

Sai 2007, entra 2008 e os ciclos se renovam. Na verdade só mudou o mês e um dígito no ano, nada muito místico, mas é bom pensar em ciclos. Acho que a mente humana necessita separar as coisas em fases definidas, senão a gente se perde no próprio quando.

E estou ansioso em saber quais pessoas vou conhecer no ciclo 2008, quais livros vou ler, que viagens irei fazer, quantos palavrões novos vou aprender. Meço a dimensão literária das pessoas pela capacidade de inserir palavrões bem inseridos nas frases.

Mas não farei grandes planos para 2008. Planos não realizados são sinônimos de frustração. E não estou muito interessado em frustrações neste ano que começa.

Talvez o único planejamento que eu possa fazer para 2008 seja comer rabanadas. 2007 se esvaiu e não comi nenhuma rabanada. Nem no natal e nem no ano novo. Por que diabos só tem rabanada no natal? Por que raios só tem quentão em junho? Por que miséria panetone só no final do ano? Vejo um ótimo nicho de mercado nisso - abrir um estabelecimento só de comidas temporãs. Que tal um ovo de páscoa em outubro? Ou um tender em maio?

Mas antes eu preciso descobrir a diferença entre um tender e um chester. Já ouvi dizer que são bichos meio repugnantes. Vai saber.

Por fim, evoco Rita Lee e digo “bye bye, aqui eu me despeço”

Espero que todos vocês tenham tido um ótimo começo de ano e vamos nos falando no decorrer.

Excelente 2008 pra nós.

2 comentários:

Diário de Veruschka disse...

O meu 2008 já tá bombando!
Bjim!

Anônimo disse...

Palavras sábias, poucas mas bem utilizadas. O menos que você consegue é me fazer repensar algumas verdades... Palavras tb são janelas da alma, e a sua é apaixonante. "Eu sei que vou te amar", e talvez este seja o meu maior medo!