sexta-feira, 5 de outubro de 2007

Demitindo o Gerúndio


Fiquei embasbacado. Juro. Custei a acreditar que, logo o Gerúndio, companheiríssimo dos operadores de telemarketing, foi demitido. Li umas três vezes a notícia no jornal. Não contente, fui ao google. Desconfiado ainda, fui até a fonte citada pelo jornal.
E, para meu grande espanto, lá estava a demissão do Gerúndio. Lá na página 19 do Diário Oficial do Distrito Federal do dia 1º de outubro, antes de ontem. A coisa era séria. Mais do que séria. Séríssima.
O Gerúndio agora não pode mais trabalhar em nenhum órgão do Distrito Federal. O coitado, agora, entrou na estatística dos desempregados brasileiros.
Será que ele solicitará ajuda do Governo Federal para conseguir um Bolsa Família? Será que, ainda, ele recebeu verbas rescisórias? Ele não teve que cumprir Aviso Prévio? Receberá Seguro Desemprego? Poderá sacar o FGTS? E a multa de 40%? A demissão foi com ou sem justa causa?
Sei que isso aqui está parecendo (!) um daqueles discursos do Rolando Lero, personagem da saudosa Escolinha do Professor Raimundo. Mas é que me despertou essas indagações.
Primeiro eu nem sabia que o Gerúndio era funcionário público. E, ainda pairam algumas dúvidas.
O Gerúndio era funcionário concursado? Ou será que era comissionado? Poderia ser, também, "celetista", não?
Na verdade, o tal senhor desempenhava qual função? Em qual parte da repartição pública ele trabalhava? Qual era a carga horária dele? Ele tinha algum curso superior? E, qual o motivo do governador do Distrito Federal decretar sua demissão? Imagino como foi a conversa prévia à demissão:
- Estava pensando, seu Gerúndio...
- Ahn...
- E estava analisando o seu perfil...
- Sei...
- E enquanto estava digitando...
- Diga.
- Acho que vou ter que acabar demitindo o senhor.
- É, mas por quê?
- É que essa coisa de gerúndio está enchendo
- É?
- Sim. Por isso vou estar demitindo o senhor.
A coisa deve ter sido mais ou menos essa, não sei. Mas o fato é que, queria muitíssimo saber como é que o Excelentíssimo Governador José Roberto Arruda conseguiu essa proeza.
Penso que, se a moda pega, o próximo a ser demitido pode ser o Particípio, ou a Crase, ou o Hífen, pois o trema já está em vias de ser demitido também.
A única coisa que tenho medo é que decretem, do jeito que a coisa anda, pena de morte ao Português.
E isso não está muito longe de acontecer. Por isso é que eu vou estar me previnindo antes.

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