sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Sejamos todos Supernovas

Supernova é o nome dado aos corpos celestes surgidos após as explosões de estrelas com mais de 10 massas solares, que produzem objetos extremamente brilhantes, os quais declinam até se tornarem invisíveis. Em apenas alguns dias o seu brilho pode intensificar-se em 1 bilhão de vezes a partir de seu estado original, tornando a estrela tão brilhante quanto uma galáxia, mas, com o passar do tempo, sua temperatura e brilho diminuem até chegarem a um grau inferior aos primeiros.A explosão de uma supernova pode expulsar para o espaço até 9/10 da matéria de uma estrela. A partir daí, uma sequência de eventos promove o colapso total da estrela, dando origem a uma singularidade no espaço-tempo, conhecida como Buraco Negro, cuja Velocidade de Escape é um pouco maior do que a velocidade da luz.
Os dados científicos, se passarem batido, são apenas dados. Informaçoes irrelevantes ao dia-a-dia de pessoas comuns como eu e você. Mas se pararmos um segundo para refletir, veremos que esse papo de sermos feitos de poeira das estrelas, de vez em quando até que faz sentido.
Não é difícil fazer o paralelo entre nossos astros cheios de luz e nossas próprias vidas mundanas. A partir do momento que consideramos nossos relacionamentos, feitos, indivíduos como objetos e eventos brilhantes, nos indentificamos com as supernovas.
Nascemos assim, brilhantes, explodindo para nosso próprio universo, e desde desse momento, lentamente vamos apagando, nos consumindo. Esse é nosso ápice, ninguém faz nada maior do que nascer, todo o resto é consequência. Por mais que briguemos, por mais que façamos a diferença, nada é mais impressionante do que começar a existir.
Poderia falar sobre todos as ramificações de nossas existência, apontando sempre um momento que ofusca todos os outros. Como sempre, prefiro falar sobre as relações humanas, razão pela qual não nos extinguimos de vez, logo após nascer.
Em todos nosso relacionamentos, basta pararmos um segundo pra pensar, podemos identificar esse momento. Seja um primeiro beijo, uma tarde na praia, uma ligação na madrugada. São esses pequenos instantes que nunca conseguimos esquecer, que com sua luz ofuscante nos marcou como fossemos negativos.
Não adianta brigar ou espernear, perfeito mesmo, só esses instantes, que ás vezes duram milisegundos, quando com sorte, alguns minutos. O resto é apenas uma grande torrente de imperfeição, em intensidades diferentes.
Isso não é motivo para tristeza ou depressão. A busca desses momentos, tem seu brilho próprio e ascendente. Por mais que não ofusquemos toda uma galáxia, por mais que não tenhamos a sensação que o universo inteiro nos admira, sabemos que estamos ali, grudados no firmamento, esperando nosso grande momento, para depois aceitar as leis da “física” e começarmos a nos apagar.
Somos todos buracos negros em potencial, prontos para transformar tudo de bom que expelimos em destruição própria, inconformados com a aparente falha de constituição.
Mas querer brilhar mais que toda uma galaxia, pra sempre é pedir demais. É querer ser Deus, é pretender ser a força mais absoluta do universo. Aceitemos nosso papel no espaço, o papel de compor um universo, esse sim perfeito, em que, por nossa sorte, temos a opção de ser pequenas estrelas anãs, quase insignificantes, temorosas em brilhar demais sabendo do destino de quem brilha, ou lutamos para sermos supernovas, que tem os dias contados, mas dias que farão a diferença. Para toda uma galáxia.

Nenhum comentário: