sábado, 22 de dezembro de 2007

O que é um tiozinho?

Juntamos a turma antiga num almoço de final de ano. Sabe aquela turminha que convivia quase diariamente, que iam para o bar juntos, que sabiam o telefone da casa de cada um decor? Pois é, hoje essa turminha só se encontra em casamento, velório e... almoços de final de ano.


Mas a amizade é a mesma, e a sensação de nem faz tento tempo assim que nos encontramos não é mentira. Os mesmos papos, a mesma afinidade.


Mas sempre tem um que faz questão de dizer que as coisas não são como antes. Dessa vez, quem provocou foi o Japonês.


O Japonês sempre foi o mais sensato da turminha. Sempre de avaliações ponderadas, despido de preconceitos, com muito jeito te põe contra a parede. Muito diplomático, o Japonês.


Está com algum problema? O Japonês te chama para um papo, abre um pacote de salgadinho, cruza as mãos e apóia os cotovelos nas coxas, num a posição intimidadora, porém que demonstra grande interesse no que você vai dizer.


E você diz, esperando um afago, uma palavra de conforto. Mas ele é o Japonês, e vai enfiar o dedo na tua ferida até você ficar com vontade de dar-lhe um murro nos cornos. O que você não vai fazer, porque ele joga com uma sinceridade desconcertante.


Mas como eu estava dizendo, no último almoço de final de ano, o Japonês disse que eu fiquei tiozinho. Tiozinho? Eu?


Argumentei que não havia como eu ser um tiozinho. Apontei alguns tiozinhos no restaurante onde estávamos, daqueles grisalhos, óculos escuros, roupas esporte e muita lábia para cima das pós adolescentes de pernas de fora que confraternizavam no estabelecimento.


Mas ele rebateu me dizendo que aqueles eram tiozões. Eu era tiozinho.


O que será um tiozinho? Não cheguei na fase (ainda) de querer fazer esportes radicais para provar a minha masculinidade e juventude anciã. Não estou tingindo os cabelos nem estou prestes a comprar uma moto. As mulheres que me chamam a atenção ainda são as da minha idade. Por que será que o desgraçado me classificou de tiozinho.


E percebi no discreto sorrisinho nipônico que ser tiozinho não é lá muito bom.


Sou o solteirão da turma, tudo bem, mas creio que isso não seja o bastante para eu ser um tiozinho.


Deve ser despeito. Eu aqui, na flor da idade, com os cabelos ao vento e com a barriga não tão proeminente assim.


A barriga! É isso! O Japonês me ultrapassou no quesito barriga e agora vem querer tripudiar.


Não sou tiozinho coisa nenhuma! Só estou mais em forma que o tiozinho Japonês.

Um alívio. Acho que vou aproveitar o final de tarde, pegar a moto e ir até o bar onde a turma do rapel se encontra pra olhar as menininhas.

2 comentários:

Diário de Veruschka disse...

Fiquei com medo do Japinha aí. Se tu é tiozinho, imagina o que eu sou :)
Texto bem-humorado, tua cara.
Não sei ainda o que é ser tiozinho... Pede pro Japonês escrever, ora.
Bjim e um Natal de paz pra vc e sua família. O sushi sai ou não antes de 2008? A Wlad tá por aqui até o dia 14/01. Vamos tentar marcar algo com o povo do C7S?

Anônimo disse...

Solteirão por opção não é?Te acho uma pessoa LINDA em todos os sentidos!Você merece uma namorada do seu "nível".
Lembre-se daquele ditado popular: "antes só que mal acompanhado!"
Já fui sua aluna, e sou uma eterna fã apaixonada, mas nunca tive coragem e chance de demonstrar o que eu sinto!Te admiro muito!BJO!