sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Friends

Eles haviam se separado há 8 meses, e desde então nunca mais tinham se falado. Mas numa madrugada qualquer, chegando da balada seu telefone tocou.

- Alô.
- Alô.
- Oi.
- Então…
- Calma. Aconteceu alguma coisa? Porque você está me ligando?
- Nada.
- Então?
- Então, sabe aquele episódio do Friends, que o Ross e o Joey…
- Dormem juntos no sofá?
- Isso!!!
- Sei.
- Aquele episódio está no seu Top 5 de todas as temporadas.
- Fácil! É muito bom, principalmente quando o Joey admite pro Ross…
- Que foi o melhor cochilo da vida dele!
- É! E no fim o Chandler ainda pega os dois repetindo a soneca.
- É!!! Esse final é fantástico.
- Muito. Mas, porque está falando disso?
- Ah, porque hoje eu estava com um pessoal que nem achava tão bom, na verdade alguns deles nem lembravam desse.
- Como assim não lembravam? Esse é um clássico.
- Não é?
- Muito. Junto com aquele que o Chandler não consegue tirar foto pro casamento, ou aquele do “Is this friendship?”
- “I think so!” Nossa, muito bom esse também.
- Fantástico.
- Ah que bom. Estou mais tranqüila agora.
- Que bom. Sabe o que eu lembrei?
- O que?
- Esses dias estava numa balada, e do nada surgiu um papo sobre natureza, e como o verde é bom, essas bobagens. Numa boa, todo mundo concordando.
- Que bosta.
- Não é?
- Muito. Eu também vivo encontrando com gente que adora cavalo, boi, e ainda dizem que suas comidas preferidas são salada de pepino.
- Qual o problema dessa gente? Nunca comeram um bom hamburger?
- Ou uma pizza congelada antes de dormir?
- Duas né.
- Ok, ok.
- Putz. Bem lembrado. Faz séculos que não como pizza congelada.
- Eu também.
- Acho que desde que…
- …nós terminamos.
- É.
- É.
- Você está bêbada?
- Muito.
- Eu também.
- É a vida.
- É.
- Então tá bom.
- Boa noite.
- Boa noite.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Sou legal, não tô te dando mole



Na primeira vez que vi essa comunidade no orkut pensei: Mentira! Mulher que fala isso está mentindo. Mas apurei meu raciocínio e reconsiderei. Não é mentira, é meia-verdade, ou no mínimo um nome mal construído. Na verdade, o que elas querem dizer é “Sou legal, não quero ficar com você”.



Minha experiência com mulheres não é a maior do mundo, mas suficiente para dizer que sim, as mulheres sabem muito bem quando estão dando bola ou não. Afinal, desde que começaram a olhar para os meninos lá no ginásio, estão acostumadas a serem abordadas por homens interessados nelas com segundas intenções. Falando então de mulheres da minha idade, na faixa dos vinte e tantos anos, são no mínimo 15 anos de observação. Não é possível que não tenham entendido ainda o que nos faz as abordar.



Acredito não ser possível porque mulheres são bem diferentes dos homens. Elas mesmas vivem dizendo que a maioria de nós somos iguais. E em parte é bem verdade. Ainda que tenhamos diferenças claras, na essência temos os mesmo instintos. Diferente das mulheres que tem cada uma seu “princípio-ativo”. Homens não entendem, nem nunca entenderão as mulheres, podem entender algumas, mas todas? Nunca.



Homens são simples, faça o teste, apareça pelada na frente de qualquer um, se você não for algo exageradamente diferente do que o atrai, a reação será a mesma. Mulheres não, tem cada uma seu processo, seus pedaços, seus pontos fracos. Por mais que também dividam algumas características com as outras de sua “espécie”, manifestam de maneiras completamente diferentes.



Isto posto, aguardo argumentos que comprovem que uma mulher não tenha como saber se está dando bola ou não. Não são todos os homens que tem discernimento para entender que uma mulher pode muito bem dar bola sem querer ficar com ele.



Mulheres que dão bola sem querer nada, o fazem por diversas razões. Algumas querem que todos babem por ela, outras querem apenas atenção, mas a maioria não pensa nas conseqüências do que está fazendo. São naturais, são elas mesmas, e acabam pagando por isso. Justo? Não sei, mas por séculos, foi responsabilidade do homem cortejar a mulher, e fazemos isso no escuro, com a ajuda no máximo de um olhar, portanto não sejam duras conosco, não é fácil saber o que vocês querem.



Meninas legais do mundo, nós te entendemos, mesmo dando bola, podemos relevar e não julgá-las por insinuar algo que na verdade não querem. Mas nos agüentem, ou prestem mais atenção quando quiserem chamar um homem para jantar, dançar sensualmente, pegar demais ou ligar para eles quando estiverem bêbadas. Não lemos mentes, e já que é para adivinhar algo, vamos pensar no que for mais interessante para nós.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Top secret

- E aí? Quem você tirou?
- Como assim quem eu tirei? Isso é pergunta que se faça?
- Pô diz aí. Vai ficar de frescura?
- Não é frescura. É amigo secreto. Coisas secretas devem ser mantidas em segredo.
- Ah! Frescura!
- Se é frescura fala o seu então.
- O meu o quê?
- O seu amigo secreto. Quem você tirou?
- Eu falo o meu se você falar o seu.
- Eu falo o meu se você falar o seu.
- Fala o seu primeiro.
- Não fala você.
- Não, eu perguntei primeiro.
- Então eu não falo nada.
- Então ta.
- Então ta.
- ...
- ...
- Fala aí vai.
- Mas que saco.
- Por favor
.- Mas porque você quer tanto saber.
- Porque sim.
- Me dá uma boa razão que eu falo, do contrário não.
- Não sei se poderia te falar.
- O que? O que você sabe?
- Não posso dizer.
- Porque não?
- Poderia te envolver demais nisso.
- Nisso o que minha nossa senhora?
- Sabe o que é...
- O que?
- É uma parada secreta entende?
- Que parada? Me conta cara, você está desconfiado de alguma coisa?
- Bem, não sei se eu poderia te falar maas...
- O que, o que?
- Eu suspeito que os resultados foram manipulados.
- Manipulados? Mas como assim?
- Acho que o sorteio não foi isento.
- Isento?
- É.
- E o que isso significa.
- É o que estou tentando descobrir. O Jader disse isso pra mim e não tenho idéia do que ele quis dizer, mas pretendo descobrir.
- Parece grave.
- Ô!
- Nossa.
- É.
- Salafrários.
- Nem me diga.
- Precisamos apurar isso.
- É, me diz aí quem você tirou.
- Não posso.
- Porque não? Você acabou de dizer que temos que apurar isso.
- Eu sei, mas...
- Mas o que?
- Você pode ser um deles.
- Eu? Um deles? Como assim?
- É. Você sabe demais.
- O Jader que me contou.
- Isso é o que você diz.
- Ah vai. Pára de bobagem.
- Não é bobagem. Não posso tomar nenhum partido antes de saber com quem estou lidando.
- Como assim saber com quem está lidando? Sou eu pô!
- Será?
- Será o que?
- Que é você.
- Lógico que sou eu. Você não me conhece?
- Não sei cara. Nesses jogos de espiões tudo é possível.
- Cara, o que você está falando? Que espião? Estamos falando de um amigo secreto.
- Exatamente.
- O que?
- Secreto. Sei como essas coisas são levadas a sério.
- Como assim levadas a sério? Nós usamos um guardanapo de bar para escrever os nomes.
- Pode desistir que você não vai conseguir me confundir. Sei o que está tentando fazer.
- Não estou tentando fazer nada.
- Conheço suas técnicas. Sou perito. Assisti Missão Impossível.
- Ah cara, então ta bom. Quer saber, não fala nada, você vai ver.
- Vou ver o que?
- Aguarde.
- Aguardar o que? O que você vai fazer?
- Você verá.
- Me fala cara. Não vou ficar tranqüilo assim. O que você quer dizer com isso?
- Represálias virão. Nós não ficaremos passivos diante disso?
- Represálias? Nós? Passivos? Não! Como assim? Eu não disse nada.
- Você não sabe com quem está lidando.
- Por favor, tenha misericórdia. Perdão
- Agora é tarde.
- Não faça isso comigo, eu tenho muito pra viver ainda.
- Deveria ter pensado nisso antes.
- Me fala, por favor, o que faço para me desculpar. Faço qualquer coisa.
- Qualquer coisa?
- Qualquer coisa.
- Então me fala uma coisa. Quem você tirou?